sábado, dezembro 02, 2006

RR APOIA «NÃO » À DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO

A emissora católica Rádio Renascença posicionou-se hoje a favor do «não» no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, um dia depois de o Presidente da República ter agendado a consulta pública para 11 de Fevereiro.
A Rádio Renascença situa-se inequivocamente do lado da vida e do «não» perante a pergunta posta a sufrágio», refere uma nota lida aos microfones da emissora católica antes do noticiário das 8:00 horas.
A rádio ressalva, no entanto, que nos seus espaços informativos «actuará com a objectividade própria dos meios de comunicação social e saberá, por isso, distinguir factos e propaganda, notícia e opinião».
A Renascença defende que «o ser humano tem que ser respeitado como pessoa desde o primeiro instante da sua existência» e que o direito à vida «não deriva do reconhecimento por quem quer que seja, existe antes de ser reconhecido e é absolutamente injusto ofendê-lo e recusá-lo».
Para os responsáveis da emissora católica, o novo referendo à legalização do aborto «é mais uma tentativa num caminho que muitos querem que termine apenas na liberalização total».
«Não é desta forma que se resolvem problemas de ordem jurídica, social, económica ou psicológica que a todos preocupam, porque os males combatem-se nas suas causas sem demissões culpáveis dos que têm que educar, escolher a maternidade e a paternidade responsáveis e proporcionar dignas condições de vida a todas as famílias», acrescenta a nota.
O Presidente da República marcou, quarta-feira, o referendo sobre a despenalização do aborto para 11 de Fevereiro, data que foi considerada adequada por parte dos partidos políticos e dos movimentos de cidadãos.
Os partidos com representação parlamentar manifestaram-se a favor da data de 11 de Fevereiro, escolhida pelo Chefe de Estado para a realização do referendo sobre despenalização do aborto.
PS, PCP e BE garantiram já que irão fazer campanha pelo «sim», enquanto o PSD apelou à «despartidarização» da consulta e o CDS-PP, único partido com posição oficial pelo «não», pediu uma votação inequívoca mas serena.
A data de 11 de Fevereiro foi igualmente bem recebida pelos movimentos de cidadãos que vão intervir na campanha do referendo, que vai decorrer entre 30 de Janeiro e 9 de Fevereiro.
Tanto a plataforma «Não Obrigada» como os três movimentos anunciados pelo «sim» consideraram que a data escolhida permite o tempo suficiente para o esclarecimento dos portugueses.

Fonte: Diário Digital