segunda-feira, junho 05, 2006

RÁDIOS REGIONAIS

Numa Conferência em Lisboa, discutiram-se os problemas das Rádios Regionais.
Na primeira parte da conferência disseram tudo aquilo que qualquer um de nós sabe, basta fazer rádio.
Quando se deu a possibilidade do público expor as suas opiniões, o momento foi de revelação. Os jornalistas, os locutores e os directores presentes eram alguns, de Rádios Regionais. Que através das suas intervenções conseguiram provar que um dos oradores que dizia conhecer bem as rádios locais, porque até tinha feito uma visita a todas as rádios locais, estava enganado.
O momento que mais me arrepiou foi quando um jornalista que emocionado começou por dizer que fazia rádio desde muito novo, que tinha o amor pela Rádio. Este contou que a sua rádio se depara com o famoso problema das quotas de música. Outro dos aspectos importantes defendidos por este jornalista foi o facto de ultimamente as rádios locais serem compradas por grupos empresariais de renome da área da comunicação social.
No meio de tantas intervenções, ainda pensei se deveria intervir, até porque conheço o meio e fiz um estudo de cariz académico sobre o tema. Mas quando ouvi a resposta que um dos oradores deu ao jornalista anteriormente referido, pensei que não valia a pena.
Talvez tivesse sido proveitoso falar-se na formação deontológica dos jornalistas e dos aprendizes! Hoje sabemos que nestas rádios, ainda trabalham pessoas sem qualquer formação académica, mas em alguns casos fazem bons trabalhos. Até porque ser uma boa ou má pessoa não é sinónimo de ser um bom ou mau jornalista. Há de tudo!
Mesmo nas Universidades e Politécnicos onde se formam jornalistas que por vezes têm cadeiras de deontologia, chegam ao mercado de trabalho e esquecem tudo.
O importante é fazer um trabalho com qualidade jornalística e deontológica.
Nas Rádios Regionais, os meios são outros! Não há dinheiro, a não ser que se queira estar dependente de qualquer tipo de poder! Conheço casos de jornalistas que receberam uma advertência da Comissão da Carteira Profissional porque angariaram publicidade! Um deles disse-me: “Se não ajudar a empresa como é que posso garantir o meu trabalho?”
Uma formação profissional a todos os níveis, uma legislação de acordo com as realidades socais das rádios pode ditar um novo rumo para as Rádios Regionais. Não se deve pensar que uma rádio de Lisboa é igual a uma rádio de Tomar, porque não é! Tem que se ter em conta que uma rádio do norte é diferente de uma rádio do sul! Como uma rádio da litoral é diferente de uma rádio do interior. É percebendo as diferenças culturais, os problemas financeiros e os objectivos de cada rádio que podemos melhorar a qualidade das Rádios Regionais!